3 de nov. de 2011

FICHAMENTO: Uma breve introdução à filosofia. (THOMAS NAGEL)

Olá meus queridos e queridas! Hoje trago à vocês mais uma sequência de fichamentos (de citação), espero que gostem e comentem =) 


 * O fichamento não é completo, isto é, falta alguns capítulos. Por isso resolvi repetir a referência a cada capítulo, para evitar que você se perca, fique atento!!!


http://www.livrariamartinseditora.com.br/capas/729/9788533623729.jpg

________________________________________________________________
Primeiro Fichamento
TEXTO: NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. Capítulo III. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 19-26.
________________________________________
OUTRAS MENTES
 “Há um tipo especial de ceticismo que continua a ser um problema mesmo que você admita que sua mente não é a única coisa que existe – que o mundo físico que você aparentemente vê e sente ao seu redor, até mesmo seu próprio corpo, de fato existe. Trata-se do ceticismo quanto à natureza ou mesmo quanto à existência de outras mentes ou experiências além da sua.” (p.19)

“A única coisa que você observa com clareza são os corpos dos outros seres vivos, incluindo as pessoas.” (p. 19)

 “A única experiência que você pode ter, na verdade, é a sua própria: se acredita que existe alguma vida espiritual nas outras pessoas, essa crença se baseia na sua observação do comportamento e da constituição física delas” (p. 20)

“A única relação que você já observou entre um tipo de sorvete e um certo sabor se deu em você mesmo; assim, o que o leva a pensar que correlações similares são válidas também para os demais seres humanos?” (p.20)

“A única coisa que você pode observar é a correlação que se estabelece em você.” (p.21)

“(...) pode-se admitir aqui um certo grau de incerteza. A correlação entre estimulo e experiência pode não ser exatamente igual para cada um: a experiência de cor ou saber de duas pessoas que provam o mesmo tipo de sorvete pode apresentar ligeiras variações.” (p.22)

“Você poderia dizer, contudo, que as diferenças não podem ser assim tão radicais, pois, do contrário, poderíamos percebê-las.” (p.22)

“Note, porém, que essa afirmação pressupõe uma outra correlação para cada pessoa: a correlação entre a experiência interna e certos tipos de relações observáveis. E, nesse caso, surge a mesma questão.” (p.22)

“O único exemplo da correlação entre mentes, comportamento, anatomia e ocorrências físicas que você já observou diretamente é você mesmo. Mesmo que as outras pessoas e os animais não tivessem nem uma única experiência, nenhuma vida mental interior, mas fossem apenas máquinas biológicas sofisticadas, ainda assim teriam para você exatamente a mesma aparência.” (p.23)

“Sua convicção de que existem mentes nesses corpos, visão por trás desses olhos, audição nesses ouvidos etc. é instintiva.” (p.24)

“Acreditamos, de maneira geral, que os outros seres humanos são conscientes, e quase todos acreditam que os demais mamíferos e os pássaros também são conscientes. Mas as pessoas divergem sobre se os peixes, insetos, vermes e águas-vivas são também conscientes. E a maior parte duvida de que os animais unicelulares, como amebas e paramécios, têm experiências conscientes, embora essas criaturas reajam, de maneira evidente, a vários tipos de estímulos.” (p.24)

“Se uma coisa é incapaz de se mover, ela não pode oferecer nenhum indicio de comportamento sobre o que sente ou percebe.” (p.25)

“Só poderíamos descobrir essas correlações se observássemos ao mesmo tempo as experiências e manifestações externas, mas não há como observar as experiências diretamente, a não ser em nós mesmos. Pela mesma razão, não seria possível observar a ausência de experiência e, conseqüentemente, a ausência de tais correlações, em nenhum outro caso. Não se pode olhar dentro de uma arvore para dizer que ela não tem experiência, da mesma forma que não se pode olhar dentro de um verme para dizer que ele tem experiência.” (p.26)

________________________________________________________________
Segundo Fichamento
TEXTO: NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. Capítulo IV. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 27-37.
_____________________________________
O PROBLEMA MENTE-CORPO

 “Esqueçamos o ceticismo e admitamos que o mundo físico existe, até mesmo seu corpo e cérebro; e deixemos de lado nosso ceticismo quanto à existência de outras mentes. Admito que você é consciente, se você admitir que eu também sou. Ora, qual pode ser a relação entre a consciência e o cérebro?” (p.27)

“Todos sabem que o que acontece na consciência depende do que acontece ao corpo.” (p. 27)

 “Ao que tudo indica, para que alguma coisa aconteça em sua mente ou consciência, é preciso que algo aconteça no seu cérebro.” (p. 27)

“Em alguns casos, sabemos de que maneira o cérebro afeta a mente e de que maneira a mente afeta o cérebro” (p.28)

“Desconhecemos muitos dos detalhes, mas é evidente que existem relações complexas entre o que acontece na sua mente e os processos físicos que se desencadeiam no seu cérebro. Até aqui, tudo o que foi dito é assunto da ciência, não da filosofia.” (p.28)

“Mas há também uma indagação filosófica sobre a relação entre mente e cérebro, que é a seguinte: a mente é diferente do cérebro, embora esteja vinculada a ele, ou ela é o cérebro? Seus pensamentos, sentimentos, percepções, sensações e desejos são coisas que acontecem além de todos os processos físicos que ocorrem no seu cérebro, ou são, elas próprias, alguns desses processos físicos?” (p.28)

“Suas experiências estão no interior da sua mente com um tipo de interioridade que é diferente do modo como seu cérebro está no interior da sua cabeça. Uma outra pessoa pode abrir sua cabeça e observar o que há dentro dela, mas não pode abrir sua mente e examiná-la – não dessa forma pelo menos.” (p.29-30)

“Se o que aconteceu na sua experiência esta no interior de sua mente de um jeito diferente do que acontece no seu cérebro, parece então que as suas experiências, bem como seus diferentes estados de espírito, não podem ser meros estados físicos do cérebro. Você deve ser algo mais do que um corpo dotado de um buliçoso sistema nervoso.” (p.30)

“Uma conclusão possível é que deve haver uma alma ligada ao corpo, de tal forma que ambos possam interagir. Se isso é verdade, então você é constituído de duas coisas muito diferentes: um organismo físico complexo e uma alma puramente mental. (Essa visão é chamada de dualismo, por razões óbvias.)” (p.31)

“Muitas pessoas, porém, acham que a crença na alma é ultrapassada e não cientifica. Tudo o que existe no mundo é feito de matéria física – diferentes combinações dos mesmos elementos químicos.” (p.31)

“A opinião de que as pessoas não passam de matéria física, e que seus estados de espírito são estados físicos cerebrais, é denominada fisicalismo (ou, às vezes, materialismo). Os fisicalistas não têm uma teoria específica sobre qual processo cerebral pode ser identificado com a experiência de saborear chocolate, por exemplo. Mas acreditam que os estados de espírito são apenas estados do cérebro, e que não há nenhuma razão filosófica para pensar que não sejam. Os detalhes terão de ser descobertos pela ciência.” (p.31-32)

“A ideia é que podemos descobrir que as experiências são, na verdade, processos cerebrais, tal como descobrimos que outras coisas conhecidas têm uma natureza real que não poderíamos ter adivinhado, até que foi revelada pela investigação cientifica.” (p.32)

“(...) embora pareça surpreendente que a experiência de saborear chocolate não seja, talvez, mais do que uma complexa ocorrência física no cérebro, isso não seria mais estranho que as muitas coisas que se descobriram sobre a verdadeira natureza de objetos e processos comuns. ” (p.32)

“Um dualista retrucaria que essas outras coisas são diferentes. Quando investigamos a composição química da água, por exemplo, estamos lidando com algo que pertence claramente ao mundo físico – algo que podemos ver e tocar.” (p.33)

“Uma característica essencial desse tipo de análise é que não se trata de uma decomposição química do modo como vemos, sentimos e saboreamos a água. Essas coisas acontecem na nossa experiência interna, não na água que foi decomposta em átomos. A análise física ou química da água desconsidera essas experiências.” (p.33)

“Um todo físico pode ser analisado em partes físicas menores, mas um processo mental, não. Não é possível somar partes físicas para obter um todo mental.” (p.33)

“Outra possibilidade, contudo, é a de que a vida mental ocorra no cérebro, ainda que todas essas experiências, sentimentos, pensamentos e desejos não sejam processos físicos do cérebro. Isso significa que a massa cinzenta dos bilhões de células nervosas dentro do seu crânio não é apenas um objeto físico. Embora tenha muitas propriedades físicas – uma grande quantidade de atividades químicas e elétricas - , ali também ocorrem processos mentais.” (p.34)

“A concepção de que o cérebro é a sede da consciência, mas que seus estados conscientes não são meros estados físicos, é chamada de teoria do aspecto dual.” (p.34)

“Quando esse processo ocorre, um cientista, ao examinas seu cérebro, poderá observar o aspecto físico, mas é você, internamente, que passará pelo aspecto mental: você é que vai experimentar a sensação de saborear o chocolate. Sendo assim, seu cérebro teria um interior que não poderia ser alcançado por um observador externo, mesmo que ele o abrisse ao meio.” (p.34-35)

“Poderíamos expressar essa ideia ao dizer que você é apenas corpo, não corpo e alma, mas seu corpo, ou pelo menos seu cérebro, não é somente um sistema físico. É um objeto com aspectos físicos e mentais: pode ser dissecado, mas tem um tipo de interior que a dissecação não pode revelar.” (p.35)

“Para os fisicalistas, a única coisa que existe é o mundo físico, que pode ser estudado pela ciência: o mundo da realidade objetiva. Por isso, eles precisam encontrar um lugar nesse mundo para alojar os sentimentos, desejos, pensamentos e experiências – um lugar para você e para mim.” (p.35)

“Pessoalmente acredito quer esse aspecto interno da dor e de outras experiências conscientes não pode ser adequadamente analisado em termos de nenhum sistema de relações causais com estímulos e comportamentos físicos, por mais complexos que sejam.” (p.36)

“Parece haver dois tipos muito distintos de coisas que acontecem no mundo: as coisas que pertencem à realidade física, que muitas pessoas podem observar de fora, e as coisas que pertencem à realidade mental, que cada um de nós experimenta interna e individualmente.” (p.36)

“Nossa concepção geral do mundo será insuficiente até que possamos explicar de que modo os elementos físicos, quando combinados da maneira certa, formam não apenas um organismo biológico funcional, mas também um ser consciente. Se a própria consciência pudesse ser identificada com algum tipo de estado físico, estaria aberto o caminho para uma teoria unificada da mente e do corpo e assim, talvez, para uma teoria unificada do universo.” (p.37)

“A ciência física avançou deixando a mente de fora daquilo que tenta explicar, mas pode ser que haja mais sobre o mundo do que a ciência física é capaz de entender.” (p.37)











___________________________________________________________
Terceiro Fichamento
TEXTO: NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. Capítulo V. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 39-47.
___________________________________
O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

 “Como pode uma palavra – um ruído ou uma série de marcas no papel – significar alguma coisa?” (p.39)

“Existem muitos tipos de palavras: algumas delas designam pessoas ou coisas, outras denominam qualidades ou atividades, outras se referem a relações entre coisas ou acontecimentos, outros nomeiam números, lugares ou épocas, e outra ainda, como ‘e’ e ‘de’, só têm significado proque contribuem para dar sentido a afirmações ou perguntas maiores, nas quais aparecem como partes. Na verdade, todas as palavras funcionam desta maneira: seu significado está, efetivamente, relacionado com a contribuição que entre elas dão ao sentido de frases ou enunciados.” (p. 39)

 “Certas palavras podem ser definidas em termos de outras palavras: ‘quadrado’, por exemplo, significa ‘figura plana de quatro lados, eqüilátera e eqüiângula’. A maioria dos termos dessa definição também pode ser definida. Mas as definições não podem ser à base do significado para todas as palavras, do contrario andaríamos eternamente em circulo.” (p. 40)

“Mas o sentido da pergunta, bem como a resposta, depende do fato de que a palavra ‘tabaco’ se refere a todas as amostras da substancia que existem no mundo – incluindo, na verdade, épocas passadas e futuras -, a cada cigarro fumado na China no ano passado, a cada charuto em Cuba, e assim por diante.” (p.41)

“Como a palavra faz isso? Como pode um simples ruído ou rabisco ter tal alcance? É evidente que não é por causa do som ou do aspecto. Nem por causa do número relativamente pequeno de amostras de tabaco com que você deparou, e que estavam por perto quando você pronunciou, ouviu ou leu a palavra. Trata-se de alguma outra coisa, algo de caráter geral, que se aplica ao uso que cada pessoa faz da palavra.” (p.41)

“A palavra, tal como você a usa, tem alguma outra coisa por trás dela – um conceito, ideia ou pensamento – que, de algum modo, se estende a todo tabaco do universo.” (p.42)

“(...) que tipo de coisa é esse intermediário? Está em sua mente, ou é algo fora de sua mente com o qual, de algum modo, você pode fazer uma associação? Parece haver algo com que você, eu e o chinês podemos todos associar, a fim de expressar a mesma coisa com nosssas palavras para tabaco.” (p.42)

“O problema que temos aqui, de como a palavra pode significar a ideia ou o conceito (seja qual for), não é exatamente igual ao que havia antes, de como a palavra pode significar a planta ou a substancia?” (p.42)

“Há também o problema de como essa ideia ou conceito se relaciona com todas as amostras de tabaco real” (p.43)

“Com ou sem o conceito ou a ideia, o problema parece ser o seguinte: o uso que cada pessoa faz de uma palavra envolve sons, marcas e exemplos muito particulares, mas a palavra se aplica a algo universal, que outros falantes particulares também podem expressar por meio dessas palavras ou de outras palavras em outras línguas.” (p.43)

“(...) mesmo que você forme uma certa imagem em sua mente ao ouvir ou usar a palavra ‘tabaco’, cada pessoa provavelmente formará uma imagem diferente.” (p.44)

“O mistério do significado é que ele, aparentemente, não se situa em nenhum lugar -  nem na palavra, nem na mente, nem em nenhum conceito ou ideia pairando entre a palavra, a mente e as coisas sobre as quais estamos falando. Contudo, usamos a linguagem o tempo todo, e ela nos permite formular pensamentos complicados, que transpõem grandes distancias no tempo e no espaço.” (p.44)

“As palavras muitas vezes são usadas simplesmente como ferramentas nas relações entre as pessoas.” (p.45)

“Seja o que for que aconteça nas situações praticas e corriqueiras, deve ser algo suficientemente geral também para explicar essas outras situações, bastante diferentes, em que ela tem o mesmo significado.” (p.46)

“Quando uso a palavra, ela pode ter significado como parte da língua portuguesa, mas de que maneira o uso da palavra por todos os outros falantes da língua lhe dá alcance universal, muito além de todas as situações em que ela é efetivamente usada? O problema da relação da linguagem com o mundo não é diferente, quer falemos de uma frase ou de bilhões de frases. O significado de uma palavra contém todos os seus possíveis, verdadeiros e falsos, não apenas seus usos efetivos – e estes são apenas uma fração mínima dos usos possíveis” (p.47)

“Somos pequenas criaturas finitas, mas o significado nos permite, com a ajuda de sons ou marcas no papel, entender o mundo inteiro e as muitas coisas que há nele, até mesmo inventar coisas que não existem e que, talvez, nunca venham a existir. O problema é explicar como isso é possível: como alguma coisa que dizemos ou escrevemos – inclusive todas as palavras contidas neste livro – pode significar algo?” (p.47)
________________________________________________________________
Quarto Fichamento
TEXTO: NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. Capítulo VI. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 49-61.
_________________________
LIVRE-ARBÍTRIO


 “(...) até o momento da escolha, não há nada que determine irrevogavelmente qual será a sua escolha” (p.51)

“Não havia nenhum processo ou força em ação, antes da sua escolha, que tornasse inevitável que você escolhesse o bolo de chocolate.” (p. 52)

 “Algumas pessoas acham que nunca é possível fazer diferente do que na verdade fazemos, nesse sentido absoluto. Reconhecem que dependemos de fato de nossas escolhas, decisões e vontades, e que fazemos diferentes escolhas em diferentes circunstâncias: não somos como a Terra, girando em torno do seu próprio eixo com uma regularidade monótona. Mas afirmam que, em cada situação, as circunstâncias que se apresentam antes de agirmos determinam nossas ações, tornando-as inevitáveis. A soma total das experiências, dos desejos e do conhecimento de uma pessoa, sua constituição hereditária, as circunstâncias sociais e a natureza da escolha que ela tem diante de si, juntamente com outros fatores que talvez desconheçamos, combinam-se para tornar inevitável uma ação particular nessas circunstâncias.” (p. 53)

“Essa visão chama-se determinismo. A ideia não é que podemos conhecer todas as leis do universo e usá-las para prever o que irá acontecer. Em primeiro lugar, não podemos conhecer todas as complexas circunstâncias que influenciam uma escolha humana. Em segundo, mesmo quando aprendemos alguma coisa sobre as circunstancias, e tentamos fazer uma previsão, isso por si só é uma mudança nas circunstancias, que pode alterar o resultado previsto. Mas a questão não é a de que existem leis naturais, como as que governam o movimento dos planetas, que governam tudo o que acontece no mundo – e, de acordo com essas leis, as circunstâncias que antecedem uma ação determinam o que irá ocorrer e excluem qualquer outra possibilidade.” (p.53-54)

“Sua escolha foi determinada pela situação imediatamente anterior, e essa situação, por sua vez, foi determinada pela situação anterior a ela, e assim sucessivamente até onde você queira recuar no tempo” (p.54)

“Ainda que o determinismo não se aplique a todas as coisas que ocorrem – mesmo que alguns acontecimentos não sejam determinados por causas que já existiam de antemão - , seria de qualquer modo muito significativo se tudo que fizéssemos já estivesse determinado antes de o fazermos.” (p.54)

“Se acreditasse nisso acerca de si mesmo e das outras pessoas, o modo como você se sente a respeito das coisas provavelmente mudaria.” (p.55)

“Se já estava determinado que ela assim o faria, era inevitável: ela não poderia agir de outra forma, dadas as circunstancias em que se encontrava.” (p.55)

“Algumas pensam que, se o determinismo é verdadeiro, então não faz sentido elogiar nem culpar alguém por coisa alguma, da mesma forma que não faz sentido culpar nem elogiar a chuva por cair. Outros acham que faz sentido elogiar as boas ações e condenar as más, ainda que sejam inevitáveis. Afinal, o fato de alguém estar predeterminado a agir mal não significa que ela não agiu mal.” (p.56)

“(...) se pensamos que a ação dele estava predeterminada, então puni-lo seria semelhante a punir um cachorro por roer o tapete. Não significa que não o consideramos responsável pelo que fez: estamos apenas tentando influenciar seu comportamento futuro. Pessoalmente, não creio que faça sentido culpar alguém por fazer uma coisa que era impossível para ele deixar de fazer.” (p.56)

“Muitos cientistas acreditam hoje  que ele não se aplica as partículas básicas da matéria – que, numa dada situação, há mais de uma coisa que um elétron pode fazer. Se o determinismo também não se aplica as ações humanas, talvez então haja espaço para o livre-arbítrio e para a responsabilidade” (p.57)

“Uma resposta possível seria a de que não há resposta para essa pergunta. A ação livre é uma característica básica deste mundo e não pode ser analisada” (p.58)

“Algumas pessoas deixariam por isso mesmo. Outras, porém, acham suspeito que tenhamos de apelar a essa ideia inexplicada para explicar em que sentido você poderia ter escolhido o fruto em vez do bolo. Até aqui, parecia que o determinismo era a grande ameaça à responsabilidade. Agora, no entanto, parece que, mesmo que nossas escolhas não sejam predeterminadas, ainda assim é difícil entender de que modo podemos fazer aquilo que não podemos fazer.” (p.58)

“(...) seja o determinismo verdadeiro ou falso, não somos responsáveis por nossas ações. Se o determinismo é verdadeiro, as circunstancias anteriores são responsáveis. Se o determinismo é falso, nada é responsável. Seria, sem duvida, um beco sem saída.” (p.59)

“Há uma outra hipótese possível, completamente oposta à maior parte do que falamos até agora. Algumas pessoas acham que a responsabilidade por nossas ações requer que nossas ações sejam determinadas. Para que uma ação seja algo que você fez. Dizem elas, precisa ser resultado de certas causas presentes em você.” (p.59)

“(...) a determinação casual, por si mesma, não é uma ameaça à liberdade – somente um certo tipo de causa a ameaça.” (p.60)

“Se pensasse que tudo o que fiz foi determinado pelas minhas circunstancias e pela minha condição psicológica, eu me sentiria encurralado. E, se pensasse a mesma coisa sobre todas as outras pessoas, sentiria que não somos mais do que um bando de marionetes. Não faria sentido considerá-las responsáveis por suas ações, da mesma forma que não se pode responsabilizar um gato, um cachorro ou mesmo um elevador.” (p.60)

“Para evitar essa conclusão, você teria de explicar (a) o que quer dizer quando diz que poderia ter feito outra coisa em vez daquilo que fez, e (b) como você e o mundo teriam de ser para que isso fosse verdade.” (p.61).

____________________________________


É isso pessoal, espero que tenham gostado! AGORA...


http://cf-azevedo.blog.uol.com.br/images/Comentem.gif






Continue Lendo ››

Confira Também

Postagens populares

GIRLSPT.COM - Cursores Animados

Template by:

Free Blog Templates